sexta-feira, 18 de abril de 2008

Seriously
Ah sim, o nome da coluna é mesmo Seriously...

Adaptation
Há muito tempo atrás, no mesmo blogspot que sucede o Educultição aí em cima, eu tinha um blog. Com fins nada nobres como este aqui, simplesmente para estravasar os dotes jornalísticos e escriturísticos que finjo ter. Claro, e pelo meu ego – simm contar acessos!

O nome, como não podia deixar de ser, era uma homenagem a um dos melhores filmes dos últimos tempos (bem últimos, porque hoje já faz um tempinho razoável), o excelente Adaptação, de e com o roteiro assinado pelo insano Charlie Kaufman, que também foi responsável pelos tão bons quanto Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e Quero Ser John Malchovich.

E esse é só o gancho para poder falar de...

Stardust, o filme
Vi no último fim de semana a adaptação cinematográfica do livro de Neil Gaiman. Estou em atraso com a leitura e, apesar de já ter acesso a sua obra-prima, a série Sandman, ainda não a li. Mas li o Stardust. E sobre o filme, o que se pode dizer é que, como adaptação ele é um mediano blockbuster.

Seriously... Qualquer filme que conte com a presença de Claire Danes será “ruim”. Neste, ela dá seu brilho a Yvanna, a estrela que caiu no reino de Stormhold, logo ali no interior de uma Inglaterra elizabethana.
Ali, além do muro do povoado de Wall (a-há!), onde fadas, bruxas e príncipes coexistem, e o jovem Tristan Durnst adentra para conseguir a sua estrela. Ou melhor, sua não, já que ela será usada para conseguir a mão da bela Victoria (a modelo, atriz e trendsetter Sienna Miller).
Tristan, que já sabemos ter sido concebido além da muralha, parte então para sua viagem de ida e volta em uma semana – tempo que pode decorrer para que ele não perca Victoria para seu rival, os quais já estão de casamento marcado.
Paralelamente a sua descoberta de que a estrela cadente atende pelo nome de Yvanna e tem a (boa) forma de Claire Danes dois outros eventos se desenlaçam.
Quatro, digo, três príncipes partem em busca do medalhão que derrubou Yvanna do céu, e aquele que conseguir tomará o lugar do recém-falecido pai como rei de Stormhold. E uma bruxa sai à procura da estrela para arrancar e devorar-lhe o coração junto às duas irmãs, para assim voltarem à juventude – com o resquício da última estrela guardada, a velha bruxa volta à (também boa) forma de Michelle Pfeifer .

Efeitos especiais razoáveis, um protagonista que é apagado ao lado do elenco de nome – que ainda conta com Robert de Niro como pirata-barra-gay-enrustido como alívio cômico que não funciona –, e um roteiro que subaproveita a história de Gaiman garantem ao filme duas horas de diversão para àquele domingo à tarde chuvoso com TV a cabo fora do ar e internet idem.


Stardust, o livro
Recomendado, o livro que dá origem ao filme mostra com muito mais fluidez e detalhes a história de Tristan e Yvanna. A própria concepção de Tristan ganha um capítulo à parte, o primeiro, que, sim, é inviável cinematograficamente. Mesmo assim, o livro ganha de longe, com muito mais riqueza – eventos que no filme são aleatórios e bruscos passam a fazer todo sentido.
Caso nenhuma das obras tenha sido apreciada, comece pelo livro e depois surpreenda-se (positivamente) com o livro. Logicamente, eu li o livro pouco antes de ver o filme, surpreendendo-me (negativamente), o que derruba em duas estrelas extras qualquer avaliação que seja dada.

Capa Tau vs Omega Chai
Para quem se cansou das reprises do ótimo The Big Bang Theory, na Warner, o Universal Channel passou a transmitir Greek. A nova sitcom de título-trocadilho mostra o dia-a-dia de Rusty, calouro que tenta conciliar Engenharia e a fraternidade Capa Tau – liderada pelo ex de sua irmã.
Sua irmã, por sua vez, faz parte da Zeta Beta Zeta, a Pussycat Dolls das irmandades do campus, e namora o líder da Omega Chai.
Se o Will Smith de Fresh Prince of Bell Air, com jeans surrado e boné para trás, estivesse presente, estaria na Capa Tau. Seu primo Carlton, com suéter, gola da camisa para fora e sapato lustrado, estaria na Omega Chai. Os estereótipos do college estadunidense estão todos lá.

Entretanto, como no Brasil as maiores conquistas dos centros acadêmicos das universidades brasileiras são invasões à reitorias (com protestos regados com discursos vazios e violência) e festas (onde drogas legais e ilegais dominam o ambiente), é divertido ver o funcionamento exagerado, distorcido e cômico de brotherhoods e sororities.

PS: quem entender o trágico parágrafo acima na primeira leitura sem voltar ganha... um parabéns.

Correção
O nome correto do filme é Antes do Amanhecer, e não Antes do Nascer do Sol, como escrevi na estréia.